segunda-feira, 27 de abril de 2009

Enem propõe educação em novo rumo

O novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma incógnita para estudantes e professores baianos, que, além de contarem com um repaginado termômetro de aprendizado, serão apresentados ao primeiro vestibular unificado do País. Pelo menos até 3 de outubro. A pouco mais de cinco meses do exame, educadores se atêm ao dilema: preparar estudantes para uma prova que nem eles, professores, conhecem. A adesão da Universidade Federal da Bahia (Ufba) só aumenta a expectativa.
Há duas semanas, o reitor Naomar de Almeida Filho anunciou que, já no próximo ano, a Ufba terá o Enem como processo seletivo dos bacharelados interdisciplinares, e que em 2011 a novidade deve se estender aos cursos tradicionais. Antes mesmo da aprovação do Consepe – conselho universitário formado por 48 membros, a quem caberá decidir se a universidade optará, ou não, pelo vestibular unificado –, o reitor adiantou detalhes como uma possível segunda fase anexada, elaborada pela Ufba.
Entre pedagogos e diretores de escola, é unânime a necessidade de uma avaliação que exija conhecimento, raciocínio e interdisciplinaridade, fazendo frente ao atual “decoreba” a que se propõe a maioria dos vestibulares. Até que se prove o contrário, esta é a proposta do novo Enem, que avaliará os estudantes em maior tempo (dois dias ao invés de um) e propõe uma maratona de 200 questões, contra as 63 das edições anteriores.
Fora, decoreba – “O maior problema da Ufba, hoje, é a quantidade de conteúdo exigida. Quanto mais assuntos, menos você tem condições de aprofundar o ensino”, avalia Paulo Rocha, diretor do Colégio Integral, que julga desnecessária a absorção de informações as quais “o estudante decora e joga fora depois da prova”. Para o educador, que coordena turmas de ensino médio e cursinho, a mudança é positiva também porque distancia do Enem o estigma de prova de autoavaliação.

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